Artigo: VITÓRIA, TU REINARÁS - Diácono Tassicio Oliveira

O Blog agradece ao Diácono Tassicio pelo artigo e por essa reflexão na Sexta-Feira Santa.

 

“E mataram a Jesus de Nazaré, e no meio de ladrões puseram sua cruz. Mas o mundo ainda não ama esse Jesus, que tinha tanto amor” (Padre Zezinho, SJ). A Sexta-feira da Paixão do Senhor é o dia em que os cristãos católicos atualizam o grande mistério que aconteceu em Jerusalém nas vésperas da Páscoa: A morte de Jesus. Conforme o Evangelho, “era necessário o Cristo sofrer tudo isso para entrar em sua glória” (Lc 24, 26), pois, “amando os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1). Três elementos despertam a atenção: Sofrimento, Paixão, Humildade. 

 


Sofrimento – O profeta Isaías, que viveu muitos anos antes de Jesus e que não participou do acontecimento histórico da crucifixão, comenta melhor que todos a dor do Servo Sofredor: “Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos (Is 52, 2-3). Todo este sofrimento aconteceu em remissão pelo pecado da humanidade. Outrora, carneiros e ovelhas eram oferecidos no Templo para expiar o pecado dos homens. Jesus, que tantas vezes participara das festas do Templo presenciando a imolação dos animais, oferta a si mesmo, deixa-se imolar em vista da humanidade, a fim de que, pelo derramamento de seu sangue, venha a ser beneficiada pelo Mistério da Redenção. Mesmo no sofrimento dilacerante, iniciado no dia anterior fruto da traição de Judas e das negações de Pedro, não faltaram piedosas mulheres que o acompanharam e o consolaram, chegando uma, nos diz a Tradição da Igreja, a enxugar-lhe o rosto ensangüentado. 


Paixão – Jesus concede pleno sentindo a palavra paixão. Ele vive o âmago e a essência da palavra testemunhando com a vida o seu amor que é de sempre e para sempre. Após lavar os pés dos discípulos e instituí-los no ministério sagrado deixando-os o Sacramento da Eucaristia, revela a humanidade que não há prova maior de amor que dar a vida pelos irmãos. Ele a entregou livremente, padeceu os mais humilhantes flagelos, carregou a cruz e estirado no madeiro confortou a humanidade confiando-a aos cuidados de sua Mãe Santíssima, revelou o caminho do céu ao ladrão arrependido e perdoou seus algozes. 


Humildade – Entregando seu espírito nos braços do Pai, Jesus termina sua vida terrena deixando para a humanidade o testamento da misericórdia e da humildade. O Menino de Belém que ao nascer foi envolto em faixas é contemplando agora, na cruz, despido de suas vestes. Aquele que nunca apegou-se a bens transitórios dá pleno sentido ao depoimento de Jó: “Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu partirei. O Senhor deu, o Senhor tirou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó 1, 21). O homem que atraíra multidões na Judéia, na Samaria e na Galiléia é acompanhando por um grupo restrito de pessoas que o depositam num sepulcro que nem seu era. Até nisto desdobra para os cristãos que os “Bem-aventurados são aqueles que buscam o reino de Deus e a sua justiça, o resto vem por acréscimo” (Mt 6, 33). 


Que o Mistério da Morte, Paixão e Ressurreição do Senhor cumule-nos de esperanças em vista da verdadeira fraternidade  

Diácono Tassicio Leal de Oliveira  - 02.04.2021

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Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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