Pernambuco está engajado em ação nacional de mobilização para localizar pessoas desaparecidas

Em 2024, o Estado foi o que mais solucionou casos de desaparecidos na campanha

Mais uma vez, Pernambuco une esforços para contribuir com a campanha nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A 3ª edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas foi lançada nesta terça-feira (5), em Brasília (DF), seguindo até o dia 15 de agosto. No Estado, a iniciativa será realizada pela Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio de ações a serem desempenhadas pelas Polícias Científica e Civil.

A força-tarefa vai acontecer simultaneamente em todo o território nacional, em parceria com as Secretarias de Segurança Estaduais, com objetivo de incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doarem material genético, que será comparado com perfis armazenados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos. O cruzamento de informações com pessoas falecidas ou com pessoas vivas com identidade desconhecida poderá permitir a identificação de desaparecidos. No ano passado, em todo território nacional, foram coletadas 1.645 amostras e identificadas 35 pessoas.   

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública revelam que mais de 73 mil pessoas desapareceram no Brasil em 2024, o que corresponde a uma média de 219 pessoas por dia. De acordo com a Gerência de Geral de Análise Criminal e Estatística (GGace) da SDS, em 2024 foram contabilizados 2.909 casos de desaparecidos em Pernambuco. Nos seis primeiros meses deste ano, o número de ocorrências chegou a 1.359.  

Todos os materiais fornecidos em quase 300 pontos de coleta espalhados pelo País serão inseridos nos Bancos de Perfis Genéticos Estaduais e da Polícia Federal, que fazem parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Utilizando técnicas de identificação genética, é possível testar os vínculos, contribuindo, assim, para se alcançar a identificação. É importante salientar que o material genético será utilizado exclusivamente para a identificação de pessoas.

O Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC) da SDS é o órgão que atua na busca de pessoas desaparecidas, na identificação de restos mortais e na resolução de crimes, por meio da perícia criminal de DNA, e está integrado a outros Bancos Genéticos Estaduais através de uma grande rede nacional, permitindo que todos os bancos possam compartilhar perfis genéticos com Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Atualmente, o Banco de Perfis Genéticos de Pernambuco compartilha mais de 27 mil perfis de DNA com o BNPG, sendo um dos maiores bancos de perfis genéticos do Brasil.

Em 2024, graças ao empenho das Polícias Científica e Civil, Pernambuco foi o Estado que mais solucionou casos de desaparecidos na campanha nacional, através do Banco de Perfis Genéticos, um total de 5 dentre as 35 pessoas identificadas. Os demais estados que apresentaram resultados positivos foram Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

“A liderança nacional na 2ª edição da campanha refletiu o compromisso dos profissionais envolvidos, o esforço coletivo, a integração bem sucedida entre as polícias Civil e Científica da Secretaria de Defesa Social, apesar dos desafios diários, bem como a comunicação de destaque promovida pela SDS, fundamental para o engajamento das famílias que buscam desaparecidos na doação de material genético. E, nesta nova edição, continuaremos seguindo firmes na nossa missão em servir à sociedade com eficiência e responsabilidade”, destacou o gestor do IGFEC, o perito criminal Jeyzon Valeriano.

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa (DDPP/DHPP), também vai atuar ativamente na mobilização nacional. Segundo a delegada Tereza Nogueira, titular da DDPP, a campanha é um avanço fundamental na busca por pessoas desaparecidas, sobretudo pela integração nacional dos dados genéticos. “A coleta de DNA amplia significativamente as chances de identificação, mesmo quando o desaparecido estiver registrado em outro estado. É importante que os familiares saibam que basta um único Boletim de Ocorrência registrado em qualquer unidade da Federação para que a coleta seja realizada em qualquer lugar do País”, explicou a delegada.


COMO FAZER - Os familiares de pessoa desaparecida devem inicialmente registrar um Boletim de Ocorrência (BO) numa delegacia. No Recife, é possível buscar ajuda na DDPP/DHPP. Em outras cidades, procure a delegacia mais próxima e solicite o registro do BO. Familiares que forem realizar a coleta fora do estado em que o boletim foi registrado devem, preferencialmente, apresentar uma cópia do documento. Caso não possuam o BO em mãos, é necessário fornecer o número do boletim, o estado onde foi registrado e os dados biográficos do desaparecido, como nome completo, data de nascimento, filiação e documentos como RG e CPF, se disponíveis.

Em seguida, os parentes do desaparecido (filhos e filhas, pai e/ou mãe e irmãos biológicos) devem procurar um dos 10 pontos de coleta de DNA em Pernambuco, espalhados nas unidades de perícia em todo o Estado (VER QUADRO ABAIXO). O familiar terá seu material coletado e encaminhado ao IGFEC. A coleta é um procedimento simples e indolor, sendo feita por meio de saliva. Também é possível levar objetos de uso único e pessoal do desaparecido, como escova de dentes.  

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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