Setembro Verde reforça importância da doação de órgãos e firma termo de cooperação para ampliação dos transplantes de córnea

Este ano, o Setembro Verde em Pernambuco marca também um avanço inédito para o programa de transplantes de córneas.

Neste mês de setembro, marcado pela campanha Setembro Verde, Pernambuco reforça a importância da doação de órgãos e tecidos como gesto de solidariedade capaz de salvar vidas. De acordo com dados da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), atualmente 3.708 pessoas aguardam por um transplante no estado.

Este ano, o Setembro Verde em Pernambuco marca também um avanço inédito para o programa de transplantes de córneas. Foi firmado um Termo de Cooperação Técnica entre a SES-PE e a Secretaria de Defesa Social (SDS) que permite a atuação do Banco de Olhos dentro do Instituto de Medicina Legal (IML). A partir de agora, equipes especializadas poderão abordar as famílias de pessoas falecidas para ofertar a possibilidade de doação de córneas.

“Essa iniciativa transforma a imagem do IML, que passa a ser reconhecido não apenas como espaço de investigação e justiça, mas também como um local de esperança para muitas pessoas que aguardam por um transplante”, reforça o coordenador da Central de Transplantes, André Bezerra.

A experiência, já realizada em outros estados, resultou na redução da fila de espera por transplante de córnea. Em Pernambuco, a expectativa é que a medida beneficie diretamente as mais de 1.500 pessoas que aguardam por uma chance de voltar a enxergar. Atualmente, o tempo médio de espera é de cerca de um ano e meio, mas a meta é retomar, em pouco tempo, o chamado “status córnea zero”, quando o paciente é transplantado em menos de 30 dias.

Para o secretário de Defesa Social (SDS), Alessandro Carvalho, além do impacto direto na fila de espera, a iniciativa também muda a forma como as famílias encaram a perda de um ente querido. “É uma ação muito importante para atender aquelas pessoas que precisam voltar a enxergar e uma oportunidade do ente querido que partiu continuar vivendo e ajudando outras pessoas”, disse.

Os números revelam que a maior demanda é por rim, com 1.990 pacientes na fila, seguida pela córnea (1.528 pessoas). Também integram a lista pacientes que necessitam de fígado (129), coração (22), medula óssea (20) e rim/pâncreas (19).

Histórias como a de Jullyana Marques, de 44 anos, mostram o quanto à doação transforma vidas. “Recebi o diagnóstico de uma doença grave no fígado quando meus filhos ainda eram pequenos. Foram meses de espera, de dor e incertezas, até que um fígado chegou e me deu uma nova chance de viver. Esse gesto de amor salvou minha vida e me permitiu continuar sendo mãe, acompanhar o crescimento deles e sonhar junto. A doação de órgãos não é apenas um ato médico, é um ato de solidariedade que transforma histórias”, relatou.

O coordenador da Central de Transplantes, André Bezerra, reforça que cada ato de doação representa a chance de uma nova vida. “A autorização da família é essencial e transforma uma perda em esperança para muitas pessoas que aguardam por um transplante. Esse gesto ultrapassa a dor do luto e dá continuidade à vida em outros pacientes”, afirmou.

CAMINHADA – Ao longo do mês, a SES-PE e a Central de Transplantes estarão promovendo palestras e ações voltadas para esclarecer dúvidas e estimular que mais famílias conversem sobre o tema. No dia 21 de setembro será realizada a caminhada em alusão ao Setembro Verde, no bairro da Beira Rio, no Recife. A concentração terá início às 6h30min, na Avenida Beira Rio – ao lado da Academia da Cidade -, e a partida está marcada para às 7h. O circuito de três quilômetros contempla a Praça das Graças.

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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