Estudantes da Univasf conquistam primeiro lugar no Meca Brasil 2025 com projeto sustentável desenvolvido no Vale do São Francisco
O anúncio dos vencedores ocorreu na última quarta-feira, em São Paulo.
Transformar resíduos da uva em energia e fertilizante. Esta foi a proposta inovadora que levou a Equipe Recife de Corais, formada por estudantes de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), ao primeiro lugar na categoria Ensino Superior do Meca Brasil 2025, competição nacional de automação industrial promovida pela Mitsubishi Electric. O grupo desenvolveu o SmartBioGás, um protótipo em miniatura de biodigestor automatizado que utiliza o bagaço e o refugo da uva para produzir biogás e substrato orgânico. A competição reuniu algumas das melhores instituições técnicas e universitárias do país, e a Univasf foi a única universidade federal entre os finalistas. O anúncio dos vencedores ocorreu na última quarta-feira (5), em São Paulo.
Os integrantes da equipe vencedora, os estudantes Alexandre Fernandes das Neves Júnior, Lucas Damião da Cruz Silva e Thyago Torres de Castro Gama, conquistaram estágios na unidade da Mitsubishi Electric Brasil, em Barueri (SP), além de notebooks e troféus individuais. O projeto foi orientado pelo professor Isnaldo Jose de Souza Coêlho, do Colegiado de Engenharia Elétrica (Cenel). A disputa desafiou os participantes a desenvolverem projetos inspirados no tema “Inovação e Sustentabilidade: O Impacto da Automação Industrial no Meio Ambiente”, com o propósito de criar soluções tecnológicas capazes de gerar impactos positivos para o planeta.
Com a conquista, a Equipe Recife de Corais mostrou que o Vale do São Francisco não é apenas solo fértil para a produção de uvas, mas também para ideias inovadoras que unem tecnologia e sustentabilidade. Foram mais de 2.200 quilômetros entre Petrolina e São Paulo, uma viagem longa, de mais de 50 horas, movida pela vontade de mostrar que o sertão também produz tecnologia sustentável e ecologicamente correta. A equipe trabalhou por cerca de cinco meses, desde a aprovação da proposta, para transformar a ideia em um protótipo funcional. O SmartBioGás alia automação e sustentabilidade, oferecendo uma solução tecnicamente viável para o aproveitamento dos resíduos da vitivinicultura, uma das atividades mais fortes da região.
“O biodigestor aproveita um resíduo que seria descartado e o transforma em dois subprodutos valiosos: o biogás, que pode ser usado como fonte de energia, e o biofertilizante, que pode ser utilizado na agricultura. Além de gerar energia limpa, o sistema também evita a liberação de metano na atmosfera, um gás de efeito estufa. Isso mostra como a automação industrial pode contribuir de forma concreta para reduzir impactos ambientais e otimizar processos produtivos”, explica Lucas Damião, integrante da Equipe Recife de Corais.
 A vitória foi bastante comemorada pela equipe. |
Sobre a conquista, o estudante destacou o orgulho e a emoção de representar a Universidade em uma competição nacional: “No início, não sabíamos se conseguiríamos vencer, mas sabíamos o quanto nos esforçamos para entregar o melhor. Estar entre grandes instituições e ver o nosso trabalho reconhecido é muito gratificante. Essa conquista mostra que o curso de Engenharia Elétrica da Univasf tem potencial para competir e se destacar em nível nacional, formando profissionais qualificados para o Brasil e para o mundo, além de reforçar a importância do ensino público e da educação superior de qualidade”, ressaltou.
Além do reconhecimento nacional, a conquista trouxe ganhos concretos para os estudantes e para o curso de Engenharia Elétrica. Como parte da premiação institucional, o curso recebeu um braço robótico e equipamentos CLP (Controladores Lógicos Programáveis) com tecnologia de ponta da Mitsubishi Electric, que serão integrados ao Laboratório de Automação e Controle (LAC).
Para o professor Isnaldo Coêlho, o resultado representa um marco no incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica na Univasf. “Para a Universidade, é mais uma conquista em uma competição nacional que projeta seu nome na região mais desenvolvida do país, assim como fazem as demais equipes que participam de disputas nacionais anualmente, sempre com destaque. Isso demonstra a força das Engenharias da Univasf e o grande potencial de inovação dos nossos estudantes e professores”, afirmou o orientador da equipe.
