UPE participa de audiência pública na ALEPE sobre valorização dos servidores e Assistência Estudantil

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A Universidade de Pernambuco (UPE) foi tema central de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta última segunda-feira (24), em debate promovido pela Comissão de Administração Pública para discutir sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Grupo Ocupacional Magistério Superior e Servidores Técnicos Administrativos da UPE. O encontro reuniu parlamentares, representantes da gestão universitária, docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes e entidades sindicais, com o objetivo de discutir caminhos para o fortalecimento da instituição, a valorização de sua comunidade acadêmica e as condições necessárias para garantir ensino, pesquisa, extensão e serviços de qualidade à população pernambucana.

Durante a audiência, foi anunciada a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Estadual, iniciativa da deputada Rosa Amorim, que iniciou a coleta de assinaturas para instalar o colegiado. A proposta prevê percorrer os diversos campi da UPE, ouvir estudantes, professores e servidores e consolidar um relatório de diagnóstico que será entregue ao Governo do Estado, fortalecendo a construção de soluções conjuntas.

A audiência contou com a presença do deputado Waldemar Borges (MDB), presidente da Comissão de Administração Pública; o deputado João Paulo; a reitora da UPE, Profª Socorro Cavalcanti; o docente da Faculdade de Ciências Médicas da UPE e infectologista da instituição, Profº Demócrito Miranda; o presidente da comissão do PCCV, Profº. Sergio Campello; a presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco (ADUPE), Terezinha de Jesus; e, representando os servidores técnico-administrativos, o presidente do Sindicato dos Servidores da UPE (Sindupe), Rivaldo Simplício da Silva. Também estiveram presentes, a deputada Rosa Amorim; a Profª. Rejane Ferreira, representando os professores adjuntos da UPE; além dos docentes e servidores da Universidade de Pernambuco.

Os participantes trouxeram relatos sobre os desafios enfrentados em diferentes unidades, especialmente no interior, onde problemas estruturais exigem atenção urgente. Ao lado das questões físicas, discutiu-se amplamente a necessidade de valorização das carreiras. Na ocasião, também foi reforçado a preocupação com a estagnação nas carreiras docentes e técnico-administrativas, apontando que mais de 60% do corpo docente permanece na categoria de adjunto sem conseguir avançar para associado, enquanto o cargo de professor titular só pode ser acessado por concurso específico, diferentemente do que ocorre em outras universidades públicas. O deputado João Paulo destacou que perdas inflacionárias acumuladas e a ausência de parâmetros eficazes de progressão têm provocado fuga de talentos.

A presidente da seção sindical docente, Terezinha Lucas, lembrou que uma minuta de lei sobre a carreira já foi construída em diálogo com a Reitoria e a Secretaria de Administração, mas ainda não avançou. Entre os servidores técnico-administrativos, o presidente do Sindupe, Rivaldo Simplício, relatou dificuldades semelhantes, como o fim da gratificação de titulação e os longos intervalos para progressão mínima, fatores que desestimulam a permanência de profissionais qualificados.

A reitora da UPE, professora Socorro Cavalcanti, ressaltou que a gestão universitária apoia integralmente as pautas de valorização apresentadas. Em sua fala, destacou que a UPE tem papel estratégico na formação de profissionais, na inovação tecnológica e na prestação de serviços essenciais à população. Também mencionou a dificuldade de preenchimento das vagas do último concurso, o que evidencia a necessidade de recomposição e ampliação do quadro de pessoal para garantir o funcionamento adequado da instituição.

Outro tema central da audiência foi a assistência estudantil. Representantes do Diretório Central dos Estudantes apontaram desafios relacionados à moradia, alimentação, transporte e atrasos em bolsas, reforçando que muitos estudantes dependem desses auxílios para permanecer na universidade. A deputada Rosa Amorim destacou que a ausência de restaurantes universitários e de políticas mais estruturadas intensifica a vulnerabilidade estudantil.

Durante a discussão, ganhou destaque o Projeto de Lei nº 2995/2025, que institui a Política Estadual de Assistência Estudantil (PEAES). A iniciativa, construída em diálogo com parlamentares e com participação da liderança do Governo, busca garantir condições de permanência e conclusão de curso para estudantes das universidades estaduais, com ações integradas de moradia, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte e apoio pedagógico.

Para uma instituição como a UPE, que conta com 17 unidades de ensino, 16 polos de educação a distância, mais de 65 cursos de graduação e dezenas de programas de pós-graduação, a política representa um avanço fundamental no combate à evasão e na promoção de equidade.

A audiência pública se consolidou como um espaço de diálogo responsável e construtivo, no qual foram reforçados o compromisso com a valorização dos profissionais, a melhoria das condições estruturais, o fortalecimento das políticas de permanência estudantil e a necessidade de investimentos contínuos que garantam o papel estratégico da UPE no desenvolvimento do estado. Às vésperas de celebrar 60 anos, a Universidade de Pernambuco reafirma seu compromisso histórico com a educação pública, com a ciência e com o serviço à sociedade, e segue engajada na construção de soluções que assegurem seu crescimento e sua missão social.

Author
Thiago Lima

Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-PE, tem 32 anos. Iniciou no Rádio aos 17 anos de idade.

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