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Em alusão ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado no próximo dia 10 de novembro, o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), unidade vinculada à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), realizou nesta quinta-feira (06/11) o XVI Encontro de Pacientes Cocleares, que teve como tema: “Tecnologia que Conecta Implanta e que Transforma”. A iniciativa, iniciada em 2009, completa 16 anos de atuação e já beneficiou mais de 275 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, que recuperaram a capacidade auditiva por meio do Programa de Implante Coclear.
Não há fila de espera, atualmente, pelo implante coclear no HAM. O hospital acompanha os pacientes em processo de implantação e os que dão entrada na unidade com perda auditiva, realizando a condução clínica, os exames e as etapas prévias à cirurgia. O programa, referência no Estado, conta com equipe multiprofissional composta por médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e assistentes sociais, garantindo atendimento integral antes, durante e após o procedimento.
O implante coclear é um procedimento de alta complexidade que permite a percepção do som às pessoas com surdez severa ou profunda. A tecnologia envolve a inserção cirúrgica de um dispositivo eletrônico na cóclea — estrutura interna do ouvido responsável pela audição —, associado a um processador externo de fala. Esse sistema capta e transforma os sons em estímulos elétricos interpretados pelo cérebro, possibilitando o desenvolvimento gradual da percepção sonora e da reabilitação auditiva.
A médica otorrinolaringologista, coordenadora do Programa de Implante Coclear do HAM, Mariana Leal, enfatiza a importância do Programa e a escolha do tema do encontro . “Como é que essa tecnologia está na vida desses pacientes? Para ajudá-los no resultado do implante. É isso que a gente vem trazendo e é sempre uma alegria estar reunindo a equipe, junto com os pacientes. É um dia que a gente aproveita para promover a manutenção desses equipamentos e identificar necessidades de ajuste. É mais uma assistência que a gente dá à população”, frisou Mariana Leal.
O encontro, que aconteceu no auditório Dr. José Breno, localizado no 4º andar do novo ambulatório do HAM, possibilitou um momento de troca de experiências, atualização de informações e celebração. A programação incluiu palestras educativas, interação entre pacientes e profissionais, além da apresentação cultural com o Festival de Circo do Brasil, que integra o evento há alguns anos, proporcionando descontração e convivência.
Além de ser uma ocasião comemorativa, o encontro contempla ações práticas, como a manutenção dos processadores de fala — parte externa do implante —, realizada com o apoio das empresas fornecedoras dos equipamentos.
O paciente José Gabriel Oliveira, que recebeu o implante aos 23 anos, conta que o procedimento transformou sua vida com a percepção dos sons. “Depois do implante, comecei a me encantar com os sons biônicos, tão diferentes dos abafados que eu ouvia antes. Hoje consigo perceber o som do vento, da respiração e até descobrir que abrir um bombom na biblioteca faz muito barulho. Depois de oito anos, já consigo entender algumas frases pelo celular, dependendo da pessoa e do ambiente. É resultado de muito esforço e dedicação”, relata Gabriel.
Alexandre Santos, de Caruaru, é pai de Isabel Esther, de 11 anos. Ele contou como descobriu o programa e ajudou a filha. “Descobrimos precocemente, por meio do teste da orelhinha. E, de imediato, procuramos o hospital. Isabel recebeu o primeiro implante aos 2 anos de idade. Após dois anos, ela fez o segundo implante. O fato dela ter autismo atrapalhou a questão da fala, mas foi muito bom observar a descoberta porque, quando a gente coloca o aparelho nela, ela fica até mais calma”. Alexandre completou: “Quando se descobrir o diagnóstico, o mais cedo que puder, é só correr atrás e fazer o implante, que ajuda muito a vida deles.”